sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Síria


#WHYSYRIA : A crise síria bem contada em 

menos de 10 minutos e 15 mapas.



Legendas em português.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Quilombo Palmares


A palavra quilombo tem sua origem na palavra “kilombo”, do idioma Mbundu dos bantus, povos da região onde hoje é o país de Angola; e quer dizer o mesmo que acampamento ou fortaleza. No Brasil, se tornou um termo diretamente ligado ao período de trabalho escravo, para designar as comunidades em lugares de difícil acesso, onde escravos insatisfeitos com sua própria condição, fugitivos de seus senhores naquele período (séc. XVI, XVII e XVIII) se refugiavam, se uniam e se organizavam, de forma econômica, política, religiosa, social e militar, conforme a cultura que traziam de suas terras natais.
Os primeiros quilombos brasileiros remontam ao primeiro período do Brasil Colônia, assim que se substituiu gradativamente a mão de obra indígena pelo braço forte dos africanos (a partir de 1548), sem precisar datas; porém, tendo uma organização mais aprimorada e uma pseudo expansão em meados de 1590 em diante.
O quilombo mais conhecido na história do Brasil é o Quilombo dos Palmares, que se situa onde é o município de União dos Palmares, região no Estado Brasileiro de Alagoas, antes pertencente à capitania de Pernambuco, na região da Serra da Barriga, no período regido por capitanias hereditárias. O nome Quilombo dos Palmares se deu devido à vasta e densa vegetação predominantemente formada por palmeiras da região. Os primeiros escravos chegaram aos Palmares aproximadamente em 1580 e eram fugitivos de engenhos de produção açucareira das capitanias de Pernambuco e da Bahia.
EscravoPrimeiramente eram liderados por Ganga Zumba, um descendente da linhagem de um reino tribal da Angola que liderava, organizava e recebia constantemente novos recém-chegados ao quilombo. Teve o seu ápice em população e organização no período de 1624 a 1654, onde dados históricos registram aproximadamente 35 mil habitantes, espalhados em uma área de mais de 200 km. de extensão, passando por diversas investidas das tropas coloniais e até de invasores holandeses.
Sempre reconhecidos por sua grande habilidade militar e capacidade de organização em sociedade, os quilombolas dos palmares resistiram por mais de 100 anos sem que fossem dominados ou dissipados.
Num período em que a colônia propôs um acordo de trégua com os quilombolas, prometendo liberdade aos que eram nascidos nos Palmares e restringindo a recepção de novos fugitivos, Ganga Zumba, então líder dos Palmares, aceitou o termo, que mais tarde seria descumprido pela colônia. Após uma morte por envenenamento, assumiu a liderança o sobrinho de Ganga Zumba, o conhecido Zumbi, em que, sob sua liderança, o Quilombo dos Palmares teve o seu maior reconhecimento por sua exímia liderança militar. 
Depois de um século de constantes ataques e tentativas de acordo frustradas em tentar acabar ou diluir os fortalecidos negros palmarinos, Zumbi foi traído por um de seus aliados, que havia sido capturado por tropas de bandeirantes lideradas por Domingos Jorge Velho. Foram contratadas pela capitania de Pernambuco, entregando, assim, o paradeiro do líder quilombola que se encontrava ferido e escondido, o qual, sendo encontrado, foi morto decapitado e teve sua cabeça exposta em Recife.
Após a morte de Zumbi (1695), Palmares sem uma referência de líder, se dissipou e os refugiados foram espalhados pela região, mortos ou mesmo recapturados.
Mesmo com a dissolução do Quilombo dos Palmares, no Brasil, esses tipos de comunidades, de uma forma ou de outra, nunca deixaram de existir em praticamente todas as regiões do país, ainda que em número e expressividade menores por causa do fim do escravismo.


Zumbi


Nascido no ano de 1655, livre, já no Quilombo que faz alusão ao seu próprio nome (Palmares), Zumbi (que quer dizer o mesmo que fantasma ou espírito, no idioma africano quimbundo, e na concepção brasileira da palavra, guerreiro) foi um dos, senão o principal, ícone da resistência negra ao trabalho escravo no período do Brasil Colônia. Com aproximadamente 6 anos de idade, Zumbi tinha sido capturado em um dos ataques das tropas da colônia ao quilombo, sendo entregue a um missionário português, que o batizou com o nome 'Francisco' Zumbi, e educou-o com os sacramentos da igreja católica, em português e latim. Aos 15 anos de idade, Zumbi consegue fugir e retornou aos Palmares, substituindo, mais tarde, devido ao seu grande destaque como estrategista e líder, o seu tio então falecido Ganga Zumba.
Zumbi era muito respeitado por ter sido educado por brancos e ainda assim, não ter abandonado suas raízes. Em sua liderança ou reinado, como os próprios quilombolas lhe atribuíam o título de rei, conduziu o Quilombo dos Palmares ao seu apogeu militar, econômico, territorial e social, liderando os guerreiros em enfrentamentos com surpreendentes estratégias militares e táticas de guerrilha, onde se invadiam e atacavam fazendas de cana-de-açúcar e engenhos para resgatar escravos e assim adquiriam também um incrível poderio bélico, com muitas armas, usurpadas como despojo desses ataques.
Domingos Jorge Velho
A Lenda: Zumbi dos Palmares Imortal
Devido à grande dificuldade enfrentada pelas tropas da colônia sob a autoridade da capitania de Pernambuco e até mesmo de invasores holandeses que derrotaram a própria capitania dominante, mas não os quilombolas, criou-se entre o povo, e entre o próprio quilombo, o mito sobre a imortalidade de Zumbi, exímio comandante e capoeirista, que tinha estratégias de ataques e defesa incríveis, com metodologias bem elaboradas. Zumbi promovia ataques épicos às tropas da Capitania e mais tarde, aos holandeses que também tentaram subjugar Palmares. Zumbi, por muito tempo gerava essa atmosfera legendária de uma possível imortalidade concedida por seus deuses, que supostamente lhe fecharam o corpo, dando-o muito poder sobre seus inimigos.
O Outro Lado da História
Alguns historiadores e autores levantam Zumbi não como um herói em sua totalidade da palavra, mas sim o oposto, relatando-o em seus registros e obras como uma espécie de tirano que, muitas vezes, impunha por meio de captura aos escravos que se negavam a seguir com as caravanas de Zumbi para o quilombo, uma adesão forçada à vida nos Palmares. Considera-se até o fato de um regime de escravidão entre os próprios quilombolas e o despotismo, que era executado a negros fugitivos do quilombo, recapturados e mortos, a servir de exemplo para não se transgredir a lei dos Palmares.
A Morte de Zumbi
Zumbi dos Palmares foi decapitado
 e sua cabeça exposta até 
completa decomposição no 
pátio em frente à Basílica do Carmo
Após muitas tentativas de exterminar com Palmares (um século, a contar da liderança de Ganga Zumba, para ser mais preciso) por parte da capitania de Pernambuco, o governador, ouvindo falar dos feitos, da valentia e da habilidade dos bandeirantes que exploravam a região de São Paulo e o sudeste brasileiro, ele resolveu contratar o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho com suas tropas a organizar uma invasão ao quilombo, quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança dos Palmares. Em uma das investidas, em 06 de fevereiro de 1694, a capital de Palmares foi destruída e Zumbi, apesar de ferido, conseguiu fugir. Porém, refugiado quase dois anos depois, foi traído por Antônio Soares, um de seus aliados que, capturado pelos bandeirantes e sob a promessa de liberdade, revelou o local onde se escondia Zumbi. Esse, por sua vez, foi surpreendido e morto pelo capitão Furtado de Mendonça na Serra dos irmãos, região de Alagoas.
O herói foi decapitado e teve, por ordem do governador, em 20 de novembro de 1695, sua cabeça exposta na capital, Recife, como uma prova de que a suposta imortalidade de Zumbi não passara de uma lenda e de que Palmares, enfim tinha sido derrotado.


Fonte: http://quilombo-dos-palmares.info/zumbi-dos-palmares.html

20/11